quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

ERA UMA VEZ UMA RAPOSINHA







ERA UMA VEZ UMA RAPOSINHA


Era uma vez uma raposinha.

Andava com vontade de comer galinha
mas os cães não a deixaram matar a fominha.
Correu, correu alvoroçada
quando soube estava molhada.
Coitada da raposinha caiu no canal;
A água era mole, não ficou mal.
Nadou, nadou que se fartou;
e fê-lo tão bem que não se afogou.
Caiu ali de madrugada;
era meio dia, estava cansada.
Quando dei com ela, pensei sem razão:
-Olha ali na água, aquilo é um cão.
Mas não era de cão aquele nariz,
nem as orelhas nem o matiz.
Vi, ao chegar mais perto
Que era afinal, um raposo esperto.
O bicho boiava apegado à vida;
de tanto trepar tinha a pata ferida.
Puxei-a com um pau para ao pé de mim
e percebi que o bicho não era ruim.
Tinha a barriga cheiinha de água.
Olhava para mim com olhos de mágoa.
Levei-a ao colo e pu-la a secar;
passado um pouco já podia andar.
Ao ir-se embora, olhava para trás;
percebeu que eu era gente de paz.
E se ela um dia vir um caçador?
Irá fugir? Ficar sem temor?
Aconteceu isto no meio do verão;
Os outros homens como farão?
E tu, menino; o que farias
se encontrasses uma raposa um destes dias?

                             - / / -

1980?

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