DÍVIDA SOBERANA (2)
Mahatma Gandhi
Há dias acabei de escrever uma reflexão acerca da DIVIDA
SOBERANA, texto que foi evoluindo para uma espécie de “Manifesto”.
Referi ali, que os desabafos circunstanciais com os amigos e
outros ocasionais fora do círculo próximo, passaram a incomodar-me, porque, em
vez de esclarecerem e animarem, foram-me parecendo cada vez mais
inconsequentes, passando a dar lugar a uma desagradável impressão de
incapacidade e de consequente conformismo.
Os princípios
republicanos e democráticos ensinaram-me que se espera dos cidadãos a
capacidade crítica e uma co-responsabilização nas mudanças para melhor.
Mas desde que comecei a
adquirir consciência política, tenho verificado que, quem quer que ascenda ao
poder, pouco ou nada está interessado no desenvolvimento de uma participação
democrática efectiva.
Sobretudo nos últimos vinte e cinco anos, toda a documentação
publicada demonstra que, sem excepção, todos os políticos que foram eleitos desenvolveram
acção inteiramente, no sentido oposto àquele que levou os eleitores a
mandatarem-nos para a governação.
Naquele texto pretendi
abordar, em que moldes cada um dos cidadãos deste país foi aliciado, sem disso
se aperceber, a ter um papel activo nos endividamentos do país, (porque estávamos
distraídos? Porque não sabíamos no que nos estavam a meter? Porque o progresso
com que nos acenavam como cenoura à frente do burro, nos parecia fácil de
obter? Porque consumismo era sinal de desenvolvimento?).
Mas referi também,
reforçadamente, a imprudência dos investimentos desproporcionados com a nossa
“riqueza”.
A corrupção, os lóbis,
e os compadrios nos corredores do Poder.
O Sistema esburacado
por esquemas propícios à especulação e à burla.
O enriquecimento
escandaloso de muitos, à custa do empobrecimento de muitos mais. (´bora lá fazer mais pobres para ficarmos
mais ricos, Eh,Eh,Eh! – GALP, EDP, ADMINISTRADORES de coisa Pública, etc. etc.)
E, em consequência destas práticas, a “tão cara”
Independência Nacional.
Com aquele exercício
que enviei a muitos amigos para o comentarem criticamente e por sua vez,
pensarem consequentemente no assunto, senti ter dado um passo de inconformista,
convicto de que é esse o meu dever enquanto cidadão.
Foi então que quase
por acaso, chegou às minhas mãos um pequeno livro de cento e vinte e cinco páginas
que li, como quem abre uma janela pela manhã. Na página 61,
deparei com um capítulo de somente sete páginas, pouco maiores do que A6.
“NÃO EXISTE DOMÍNIO SEM DOMINADOS – A
CAMPANHA DA NÃO-COOPERAÇÃO”.
O exemplo ali
expresso, por ter ocorrido num contexto e momento diferente, não serve de
receita para os problemas de Portugal e por afinidade, para a Europa. Aliás,
neste momento a receita adequada não existe. A revelação que faço do livro não
é para que sirva de manual, mas simplesmente, para tornar evidente que é sempre
possível encontrar métodos revolucionários, mesmo quando parece terem-se
esgotado todas as hipóteses. Se elas não forem possíveis num determinado
enquadramento, torna-se obrigatório criar um novo.
O que os nossos
credores desejam, é que continuemos a cooperar com o Sistema que os enriqueceu
e torna cada vez mais ricos, ao ponto de já terem comprado a soberania de
Portugal.
Recomendo veementemente:
ADQUIRAM O LIVRO. E SE NÃO ESTIVEREM INTERESSADOS NA
BIOGRAFIA DAQUELE QUE FOI SEM DÚVIDA UM DOS GRANDES HERÓIS DA HISTÓRIA MODERNA,
LEIAM O CAPÍTULO DA PÁGINA 61.
O livro chama-se “MAHATMA GANDHI”.
É da autoria de SUSMITA ARP
Edição do Expresso.
Recomendo igualmente a leitura de:
“CARTA DE UM ALEMÃO AOS AMIGOS GREGOS E RESPOSTA DE UM GREGO
AO AUTOR DA CARTA” publicadas na revista alemã STERN.
St. Annes On
The Sea
22Nov 2011
Fernando
Fonseca
·
Escultor –
Professor dos 2º e 3º ciclos (aposentado)
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